Para dar conta das restrições motoras da criança com paralisia cerebral, deve-se adaptar os espaços da escola para permitir o acesso de uma cadeira de rodas, por exemplo. Na sala de aula o uso de canetas e lápis mais grossos, envoltos em espuma e presos com elástico facilita o controle do aluno. Os papéis devem ser fixados em pranchetas para dar firmeza e as folhas avulsas, nesse caso, são mais recomendáveis que os cadernos. O professor deve escrever com letras grandes e pedir para que o aluno com paralisia cerebral sente-se na frente, se possível, com uma carteira inclinada, para dar mobilidade e facilitar a escrita.
Se o aluno apresentar problemas na fala e na audição, o professor pode providenciar uma prancha de comunicação, para que ele se expresse pela escrita. Caso isso não seja possível, o professor pode preparar cartões com desenhos ou fotos de pessoas e objetos significativos para o aluno, como os pais, os colegas, o professor, diferentes comidas, o abecedário e palavras-chave, como "sim", "não", "sede", "banheiro", "entrar", "sair" etc. Assim, para indicar o que quer ou o que sente, o aluno aponta para as figuras.
Os ambientes computacionais e telemáticos aparecem como nova e privilegiada possibilidade de fornecer um ambiente educacional desafiador, de estímulos e interações que promovam o aprendizado de pessoas com PC.
Um recurso proporcionado pelas novas tecnologias para a autonomia, para o processo de aprendizagem e para a inclusão social da pessoa com necessidades educacionais especiais, são as adaptações de acessibilidade e Tecnologias Assistivas. . Desenvolver recursos de acessibilidade seria uma maneira concreta de neutralizar as barreiras e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos para a aprendizagem, proporcionados pela cultura. Tecnologia Assistiva é toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa portadora de deficiência.
No Programa Alfa, trabalho de pesquisa que resultou na tese de mestrado em educação do Professor Teófilo Alves Galvão Filho, na UFBA, as TAs utilizadas são classificadas em três grupos:
- Adaptações físicas ou órteses: São todos os aparelhos ou adaptações fixadas e utilizadas no corpo do aluno e que facilitam a interação do mesmo com o computador (exemplos: figuras 1 e 2).
- Adaptações de hardware: São todos os aparelhos ou adaptações presentes nos componentes físicos do computador, nos periféricos, ou mesmo, quando os próprios periféricos, em suas concepções e construção, são especiais e adaptados (exemplo: imagem 3).
- Software especiais de acessibilidade: São os componentes lógicos das TICs quando construídos como Tecnologia Assistiva. Ou seja, são os programas especiais de computador que possibilitam ou facilitam a interação do aluno portador de deficiência com a máquina (imagem 4).
Porém, existem, infelizmente, outras formas que podem causar o efeito exatamente contrário. Ou seja, a exclusão social, a falta de iniciativa, a passividade e a dependência do aluno. Quando o computador, por exemplo, é “enxertado” dentro de uma prática escolar tradicional, dentro de um modelo "instrucionista", padronizante, que valoriza quase que exclusivamente o repasse de “pacotes de informação” e a memorização, esse computador é normalmente utilizado como uma "máquina de ensinar", com as informações sendo colocadas dentro da máquina, utilizando software "fechados", para que depois sejam repassadas aos alunos, que as recebem e memorizam, de forma passiva, através de tutoriais ou exercícios multimídia, com cores, animações, músicas e outros sons, etc.
Diferentes conteúdos podem ser desenvolvidos através de projetos, com os temas definidos juntos por alunos e professor, mas a partir das necessidades e interesses dos alunos, utilizando os mais variados recursos computacionais abertos, facilmente encontrados e manipulados hoje, quando se construiu e se está inserido em uma cultura de informática.
Com a Internet, existem projetos que, mesmo partindo de um planejamento inicial com objetivos mais ou menos definidos por alunos e professores, com os recursos telemáticos as possibilidades que podem abrir-se durante o caminho são muito amplas, tendendo a extrapolar grupos, espaços físicos e tempos previstos.
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